Não acredito que ele está nos mandando pra essa missão ridícula. - Nick pensou indignada.


- Essa missão vai ser complicada. - "B" falou. Parecia mais sério do que de costume

- Porque acha que será complicada? É só... O mesmo de sempre. - Nick deu os hombros falando alto, evitando o barulho do helicóptero.
"B" não respondeu, se ocupou de preparar suas armas. Lancelot sorria como de costume, estava brincando com uma pequena e afiada faca, girando-a entre os dedos.
- Hey Lance, fiquei sabendo que o alvo fugiu. - Nick alfinetou, o rapaz parou de sorrir na hora, aceitando a provocação.
- O chefe vai pegá-lo, não se preocupe com isso. - Lance guardou a faca e olhou ao redor: A equipe toda estava calada, soldados no outro helicoptero também estavam em silencio, a ansiedade os dominava. A equipe de Lance era formada por apenas cinco agentes de elite: "B", Lance, Nick, o japonês Kai e o alemão Franz. Os dois ultimos membros entraram de ultima hora, eram homens de Spark. Não eram conhecidos por ninguém até o momento.

Lance queria puxar assunto com os dois, talvez um dia pudesse trabalhar apenas com Spark.

- Caras, quanto tempo trabalham pro Spark? Queria trabalhar em campo pra ele... - Franz e Kai se entreolharam e Kai respondeu com desprezo na voz:

- Muito tempo.

- Qual é caras, vocês não falam? - Nick podia sentir um sentimento estranho se contorcendo em seu estomago: O sentimento de vergonha alheia.

Franz suspirou e disse com forte sotaque alemão:

- Falamos sim... Mas não com você. - Lance abriu a boca pra responder, mas Nick colocou a mão em seu ombro, lançou também um olhar de reprovação.
A missão deles era investigar a situação do caos e capturar uma pessoa com a estranha doença para análise. A capitã daquele time anormal de agentes era Nick, mas ela não parecia se importar o que estava por vir. Achava a missão escolhida por Spark um verdadeiro saco, mas como seus superiores a colocaram para trabalhar para o frio rapaz ela não teve escolha.

Após algumas horas o piloto anunciou:

- Nick! Estamos sobrevoando a área, podem saltar! - A moça suspirou aliviada, jogou duas cordas e fez um sinal com a mão para que todos a seguissem. Nick colocou as luvas e desceu olhando ao redor. A cidade cinza estava deserta, era mesmo o lugar certo?

- O que vamos fazer agora? - Kathleen foi a primeira a perguntar, olhando para Jack que não respondeu. A maioria fazia cara de enterro, Gray não gostava do clima tenso.

- Vamos sair daqui, vamos pra qualquer lugar.

- E ser devorados em seguida? - Jack falou com raiva.

- Temos que sair desse prédio e chegar ao aeroporto. - John forçava a mente para um plano, todos fixavam seus olhos nele, menos Jack.

- Qual é a encrenca da vez? Achei que seus tempos de pivete tinham acabado. - O veterinário agora enfaixava a mão de Rodrigo.

- Pra sua informação eu não fiz nada, dois caras estão atrás de mim e por isso vim até aqui, Pedro.

- O que você fez?

- Não fiz ainda, mas vou fazer. - Rodrigo sorriu de forma misteriosa.


Já era noite, as pessoas dormiam, apagadas pelos dias passados e os que estariam por vir, mas dois caras se negavam a dormir.
Jack cruzou os braços indignado no corredor do prédio, ao lado de John, era hora da briga.
- E você acha que vamos simplesmente sair andando livremente? - O ex-advogado com os braços cruzados, falava baixo
- Se não tem uma ideia melhor, vamos fazer isso que eu disse.
- Desde quando você é o líder? - Perguntou Jack erguendo uma sobrancelha.
- Por que? Você era o líder por acaso? - John andou um passo em direção ao homem que não recuou.
- Foi você com toda a sua covardia que me seguiu desde a confusão no tribunal. - Uma onda de raiva e a lembrança de sua amada fizeram Thomas segurar Gray pela camisa. Já ia socá-lo, mas Kathleen apareceu por trás assustando-os e segurou a mão de Jack.
- Sério, não é hora pra brigar, okay?
- O que você veio fazer aqui?
- Eu vim dizer que temos um problema.
- Estamos vivendo em um problema porra. O que mais tem pra dizer? - Jack largou Gray e se concentrou na moça.

Kathleen não chegou a formular a frase, alguns tiros foram ouvidos do lado de fora. O coração dos 3 começava a bater realmente forte, afinal quem estava atirando?
- Sobreviventes? - Perguntou John quebrando o silencio pós tiros.
- Não, são soldados. - Jack respondeu andando até a janela procurando.
- Como sabe que são soldados?
- Sabem manejar armas, não foram tiros repetidos e sem sucesso como foram os nossos primeiros.

Jack procurou pela rua agora deserta (a não ser por dois dos monstros parecidos com baratas gigantes e uns vinte zumbis).
- Por que eles se afastaram daqui? - Kathleen perguntou, vendo ao lado de Jack na janela que o número de ameaças caíra bastante.
- Devem ter corrido atrás de outra comida. - Thomas respondeu dando os ombros, não era isso que lhe importava agora.
- Quem será que atirou? Devemos procurá-los? - Kathleen perguntou em dúvida.
- Não, eles estão armados e se são experientes assim com armas não vão perguntar primeiro e atirar depois. - Concluiu Jack em voz alta.

- Eu acho que devíamos checar. - John falou com ar curioso.
- Jesus de bicicleta, é claro que não! Se quiser checar vá você e se foda sozinho. Seria muito estúpido esse tempo fugindo da porra dos zumbis e morrer por tiros de soldados ou seja quem for que estiver atirando! - Jack falou alto saindo da janela e andando pelo corredor, deixando Gray e a moça sozinhos.

- O que você acha? - Perguntou a Kathleen que não sabia o que dizer.
- Devíamos checar sim, talvez não sejam inimigos... Sabe? - Ela tentava ser otimista, ele também.
- Eu vou procurar por eles, cuide do menino por mim. - John sorriu e a moça não retribuiu, apenas colocou a mão sobre o ombro dele e disse:
- Eu vou com você, não quero me arrepender de não tentar tudo pra ficar viva.